Liderança Primal

Líderança Primal – a experiência da sensibilidade e eficácia.

Liderança é um dos temas mais tratados e discutidos nas organizações e sempre oferece muitas perspectivas de estudo e exploração. As questões que envolvem esse assunto não apresentam soluções definitivas, haja vista sua grande variável, o ser humano e sua inerente complexidade.

Confesso que me acerco desse assunto com muita freqüência, seja para buscar melhorias na minha atuação profissional e pessoal, seja para acalentar meus anseios de conhecimento e reflexão sobre a vida. Recentemente tenho tido contato com um livro muito interessante que discorre sobre características e estilos dos líderes, e que me atraiu a atenção pela abordagem diferenciada e com a qual me identifiquei muito: “a experiência de liderar com sensibilidade e eficácia”. Os autores trazem o conceito de liderança primal e discorrem sobre ele com muita propriedade e clareza, demonstrando seus efeitos diretos na vida das pessoas e organizações.

Ao estudarem, observarem os lideres, seus comportamentos, suas atitudes identificaram esse estilo de liderança como a que imprime em seus liderados um sentimento positivo. Líderes primais são aqueles que conseguem despertar nas pessoas o que elas tem de melhor. Mais ainda, sua missão básica é de cunho emocional, muitas vezes ignorada e invisível; contudo, importante e presente. A liderança baseada na inteligência emocional promove resultados de ressonância e por conseqüência um desempenho melhor dos liderados. A capacidade de inspirar, de gerar energia positiva, de provocar paixão e entusiasmo é um dos pontos de análise dessa liderança.

Questões que são trazidas na bibliografia e que vale a pena ressalta-las: “O que é necessário para ser capaz de liderar emocionalmente? O que habilita o líder a inspirar outros a darem o melhor de si? Como propiciar um ambiente de trabalho positivo, livre para as pessoas criarem, se relacionarem com o demais e produzirem na sua melhor forma? “ É possível desenvolver líderes primais, ressonantes?

Tenho compreendido que nos momentos de crise, nas situações adversas é que os líderes são mais exigidos e tem a possibilidade de demonstrar sua capacidade de fazer a diferença. Ser positivo e influenciar as pessoas em situações confortáveis é aparentemente mais simples, contudo, fazê-lo na adversidade é uma verdade arte. Lidar com as emoções das pessoas, não significa lidar somente com as positivas; significa compreender e cuidar também de toda a gama de emoções a que estas estão submetidas nas diversas circunstâncias. Atitudes e orientações dadas pelos líderes nesses momentos representam impacto e têm grande repercussão nas pessoas. Até os piores resultados, sejam eles de que natureza forem, devem ser administrados e as emoções do grupo canalizadas corretamente. Uma das questões colocadas é “de que recursos emocionais os líderes necessitam para prosperar em meio ao caos e à mudança turbulenta? O que confere ao líder a força interior para ser honesto mesmo em relação à verdades incômodas? O que habilita o líder a inspirar outros a darem o máximo de si e permanecerem fiéis diante da tentação de outros empregos? Como os líderes criam um clima emocional que propicie inovações criativas, desempenhos espetaculares ou relacionamentos calorosos e duradouros com os clientes?”

A maneira genuína de ser do líder, a naturalidade, de como interpreta e vê as coisas, de como gerencia o significado delas, de como diz e faz, tem um peso na condução dos trabalhos e do grupo. “Ao longo da história e em culturas em todo o mundo, o líder de qualquer agrupamento humano sempre foi aquele a quem os demais recorrem em busca de conforto e clareza diante de determinada incerteza ou perigo, ou quando há algum trabalho a fazer.. É quem funciona como líder emocional do grupo.”

Os autores mencionam também que o riso e a cordialidade são disseminadoscom mais facilidade e a irritabilidade e depressão quase não se disseminam. O resultado é uma cadeia de sentimentos positivos.Tenho observado a importância do humor inteligente nas interações profissionais e o quanto ele é importante para criar uma levezaesuavizar os temperamentos melhorando o ambiente de trabalho.

O estilo de um líder é demonstrado não só pelo que ele faz, mas principalmente, “como” faz. De forma sintética cito vários estilos de liderança: os visionários, os conselheiros, os agregadores, os democráticos, os agressivos, os despóticos. Cada um desses estilos reúne características e exercem determinado impacto sobre o ambiente, criando ressonância positiva de acordo com sua forma de ser no grupo. Por exemplo: o estilo visionário cria ressonância, conduzindo as pessoas rumo a sonhos compartilhados, o democrático cria ressonância a partir da contribuição de todos pela participação. Cada estilo, de posse de suas características, promove resultados em diferentes situações. Qualquer que seja o estilo, poderá ser fortalecido com as competências da inteligência emocional. De acordo com os autores desse estudo, a liderança, embora não seja um processo fácil e simples, pode ser aprendida, se houver esforço e dedicação.

Os lideres denominados ressonantes – que inspiram as pessoas positivamente – em geral, são em primeira instância, líderes de si mesmos, “tem um nível alto de autoconsciência, compreensão empática, autocontrole e harmonia de relacionamentos”. Conduzem sua vida com significados, exercitam a humildade, são abertos a aprender e mudar. Suas atuações, normalmente, não estão restritas ao ambiente profissional, são observadas também em suas outras esferas de relações. Os benefícios que promovem refletem não somente nas organizações que trabalham, mas na sua família, na comunidade, na sociedade em que estão inseridos.

Recordo de líderes como o prefeito de Nova York, Rudoph Giulliani, que teve na sua trajetória de resultados importantes, princípios como: integridade, otimismo, coragem, preparo, comunicação e responsabilidade. Demonstrou em várias ocasiões ser um homem de valores fortes e não abriu mão deles em função dos críticos e ou da imprensa. Para ele, os líderes, lideram pelas idéias que devem refletir seus princípios. Ele demonstrava confiança nas pessoas que lhes devolviam também da mesma forma.

Estou atualmente num programa – composto de muitos projetos, iniciativas e de vários líderes.Líderes, pra mim, não são aqueles que estão em posição de gerência, coordenação, chefia ou supervisão, mas são todos aqueles que, de alguma forma,seja pelo conhecimento,seja pela atitude, seja pelo exemplo, seja pela forma de ser, lideram pessoas, idéias eatividades. São lideranças distribuídas, que de uma forma, ou de outra,influenciam e se relacionam com as pessoas na busca de objetivos comuns, de relações duradouras e profícuas. A complementaridade existente no grupo amplia essa experiência e confirma a importância da colaboração como forma de criação de valor.

Esse programa, de cunho e envergadura diferenciados, proporciona uma riqueza de análise e observações, expõe lideranças e participações humanas estimulantes. Não obstante aos que estão diretamente ligados ao programa, ainda conta com as relações e interações com as mais diversas áreas e públicos da organização. Sejam áreas de comando e decisão, áreas de operação, áreas de mercado ou áreas de staff. Todo esse contexto, com a complexidade de gestão e decisões que envolvem, movimenta as inteligências, as mentes e as emoções das pessoas.

Coleciono várias passagens e casos dessa oportunidade, onde posso constatar o exercício da liderança, com seus estilos próprios, com suas idéias e ações. Me estimula observar odesenvolvimento pessoal e intelectual das pessoas e o progresso por meio de resultados. Um ecossistema venturoso e riquíssimo em experiências de muito valor.

Nesse programa nós, a organização, tivemos e temos pela frente imensos desafios e, de toda ordem: de gestão, de tecnologia, de engajamento, de transformações, de inovação, de relações com parceiros, de decisões, de riscos; todos eles, certamente sustentados pela grande base e maior desafio de todos – o humano.

Nesse conglomerado de variáveis, deixo como estímulo a reflexão: Como desenvolver cada vez mais líderes, que primem pelo desenvolvimento humano ao seu redor, levando-se em conta o mental e emocional das pessoas, o seu potencial humano, possibilitando que cada um desperte e dê o melhor de si?

Saudações,

Darlene

Vale a pena a leitura do livro base principal desse texto:
O poder da inteligência emocional – Goleman-Boyatzis-Mckee – Editora Campus

“Há algo que fica imantado à existência visível ou invisível de um ser:
são os feitos, os pensamentos, as idéias e as palavras que caracterizaram sua vida.”

Raumsol

 

 

3 respostas para “Liderança Primal”.

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. […] e eficácia.  Se tiver interesse em mergulhar um pouco mais messe conceito acesse aqui ->  Liderança PRIMAL. Também citei as bases da  ‘inteligência emocional”  no ebook,  “Segredos […]

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  3. […] livros e teorias pois o leio há muito tempo. Aliás, tem um artigo de uns anos atrás (2011) sobre liderança primal que escrevi baseado no livro dele que trata sensibilidade na liderança com […]

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