“Um ABSURDO isso!! Até parece que ela não tem família, não tem ninguém por ela, não tem irmãs!!!“
Esta foi uma bronca de uma das minhas cinco irmãs quando soube que eu concordei, no período da tarde, em realizar uma cirurgia na manhã seguinte à distãncia de seiscentos quilômetros. Ia me aliviar das recorrentes dores então prontamente consenti quando houve a liberação de agenda do médico. Dado à decisão super rápida não foi possível tè-las comigo no hospital, coisa absolutamente usual na nossa família. Um detalhe: meu filho mais velho suspendeu o trabalho e prontamente me acompanhou. (um fofo)
Ao assistir o filme “Little Women” – belíssimo trabalho, sensível, adaptação de um livro escrito por mulher, dirigido por outra mulher, Greta Gerwig (roteirista e diretora americana, ganhadora do Oscar de melhor direção por Lady Bird) – lembrei várias vezes da gente lá em casa, “da casa das sete mulheres”, das nossas convivências, dos nossos atritos, das nossas trocas e especialmente das nossas colaborações. Muita cumplicidade existia. Guardadas as diferenças individuais, que hoje entendo como ricas, éramos um time de peso. Dos serviços de costureiras, que nossa mãe fazia questão de cuidar, às aulas de artes, esportes, piano e inglês.

“Uma escadinha.”, ouvíamos sempre. Uma atrás da outra. Era pequena a diferença de idade entre nós. As meninas da Ruth e do Nil, sempre muito arrumadas e juntas.
Recentemente no nosso grupo de mensagens da família surgiram algumas fotos, ahhh que belas recordações. Ventilei a possibilidade de contarmos algumas de nossas histórias. E olhe que não são poucas!! E algumas, incontáveis até. rs. Deu mesmo saudade.
As boas lembranças, que deixam saudades apertadas, não são para nos fazer sofrer. Ao contrário, elas são a coleção de tudo o que custa caro para nós. São os tesouros de cada biografia, páginas de alegria. Quem tem saudade é rico de vida.
Lucas Lujan
O fato é que ao longo do tempo a família cresceu, a árvore ficou robusta, cheia de galhos e folhas novas. Frutos pra tudo que é parte. São muitos netos e bisnetos. Minhas irmâs vovós agora são tomadas pelos cuidados e afazeres com seus filhos e netos. Dizem que ter netos é uma das melhores coisas da vida (que delícia). E a dedicação das vovós é algo sanguíneo, absolutamente explicável, dado a generosidade e manifestações de afeto natos.
Eu sei, por experiência própria posso afirmar que este vínculo de irmandade sobrevive aos tempos modernos, agendas familiares e às distãncias. Mesmo não sendo possível a presença naquela hora exata eu sabia que estava amparada por elas, as irmãs de ouro.
Minhas queridas, com vocês, esteja eu onde estiver, nunca estarei só!! Vocês estão comigo no meu melhor lugar, o coração.
Antes que seja tarde, fale sobre seu amor. Fale antes do sol se por. Antes que seja tarde, entregue seu coração. Mas entregue sem ilusão. Pois a vida corre e, antes que alguém perceba, já é tarde demais.
Lucas Lujan
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