Traços dos líderes genuínos e humanos

Num dia corriqueiro de trabalho João, um profissional sério e dedicado foi surpreendido com algo quase incompreensível. Foi advertido pelo seu superior sobre um email que teria enviado. Parece que uma frase no meio da mensagem escrita por ele teria despertado a “ira” do “chefe-mor” (do alto escalão) .

A menção feita por joão era algo quase banal e existia uma preocupação genuína dele ao dizer que deveriam aguardar um direcionamento para que o trabalho fosse encaminhado. Isso porque o projeto era de alta complexidade e eles, naquela posição da hierarquia, não tinham alçada para as decisões que se impunham. Eles realmente não tinham “autoridade” suficientemente outorgada.

Aí vem algo que costumeiramente ocorre quando o contexto reúne variáveis como poder, competência, comunicação e especialmente contextos humanos. Por detrás das posições corporativas existem indivíduos e junto com eles todo um arsenal de histórias, acertos, desacertos e até traumas, egos.

Aquela “bronca” era uma surpresa aos olhos do João. Ele, ao escrever a mensagem entendia que estava valorizando e respeitando a posição daquela chefia. Entendia que não deveriam seguir sem que “o poder instituído” desse seu comando e parecer. Mas ao contrário disso, a percepção do superior era de que o profissional estava “dizendo o que o chefe deveria fazer”. Por algum motivo a frase remexeu em algo seriamente abalado dele, talvez acordou questões de “ego trêmulo” e provocou um “quem ele pensa que é”, “quem manda aqui sou eu”, “não aceito subordinados me dizendo o que devo fazer.”

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Nesse caso, assim como em inúmeros outros na história de empresas e executivos, a comunicação por mensagem escrita provocou entendimentos contraditórios. Pontos de vistas absolutamente diferentes sobre o mesmo fato. Essa história voltou à tona nesses tempos de pandemia e que tenho assistido o presidente da república repetir várias vezes a mesma frase, ainda que com outras palavras: “quem manda aqui sou eu”.

“Ser líder é como ser uma dama: se você precisa provar que é, então você não é. ”

Margareth Thatcher

Em momentos de grandes crises as pessoas, especialmente as que ocupam cargos de gestão pública ou privada são convidadas a apresentar suas competências, suas habilidades para lidar com adversidades de toda ordem. Escancaram suas carências de desenvolvimento enquanto humanos e gestores.

Me fez lembrar também de um determinado período profissional quando cheguei a pensar que “acreditar nas características humanas dos líderes” fosse puro romantismo ou um olhar com óculos “cor-de-rosa” demais. Via uma combustão de interesses diversos. Meio que uma ingenuidade instalada pensar na bondade e generosidade de algumas mentes. Isso porque estava convivendo com muitas situações criticas e até cruéis. Percebi que me molestaram emocionalmente. O mais incrível é que foi daí uma grande oportunidade de aprendizado. Me levaram a um aprofundamento sobre comportamentos humanos como eu nunca havia estudado. Vi percepções caírem por terra e muitos conceitos positivos sobre liderança foram colocados “sob judici”.

Esse amadurecimento de conhecimentos foi extraordinário. Uma das lições da época, na história do João que contei, é que pude comprovar algo que já havia lido: chefes ou gestores não necessáriamente são líderes, embora ocupem posições de autoridade e responsabilidades maiores. E o contrário, na maioria das vezes é verdadeiro. Líderes em geral são bons gestores.

Recentemente lendo o livro que conta a admirável história do Starbucks, me deparei com várias questões sobre escolhas na liderança. compartilho um parágrafo que grifei, entre outros tantos:

“Os céticos sorriem maliciosamente quando me ouvem falar em “tratar as pessoas com respeito e dignidade”, uma frase que posteriormente incorporamos à Declaração de Missão da Starbucks. Eles acham que é papo furado, ou uma realidade evidente. Mas algumas pessoas não vivem conforme essa regra. Se eu sinto que uma pessoa sofre com falta de integridade ou princípios, encerro qualquer acordo com ela. A longo prazo, não vale a pena.

Schultz, Howard. Dedique-se de coração (p. 99). Buzz Editora. Edição do Kindle.

Sigo em outros escritos e postagens nesse tema que está entre os meus preferidos..

Atéeeee..

Da

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