Algo insiste por ser dito.
Entalado no peito incomoda. Chega a acometer o estômago.
As vísceras acordam com o turbilhão mental, emocional, o que seja.
É preciso tirar de dentro. Desafogar a alma.
Aí aquele pensamento fica alí, de vigília:
– Vai lá, diz ao mundo – o pequeno mundo que talvez te leia – o que te apoquenta.
Constatado o imbróglio (com i), tenta escrever. Pega uma taça, senta diante da tela. Dali desdobram-se estrelas, ideias, paixões e até segredos. Alguns explícitos outros nem tanto. O caminho toma seu rumo para o real , esculpido em palavras. Elas, as palavras, caem , tropeçam, gritam e por fim materializam o agonizante incômodo. Debruçam-se na tela, como se fossem pessoas na janela. Estão ai. Pra quem quiser ver, ler ou tentar entender.
Isso é a escrita. Muito mais que comunicação, a prática cumpre inúmeras finalidades: do auto desacato ao ato político. Da história, à declaração de amor. Uma verdadeira salvação.
Já dizia Emicida: “Do fundo do meu coração, Do mais profundo canto em meu interior, ô Pro mundo em decomposição, Escrevo como quem manda cartas de amor”
Há algo que insiste por ser dito. Dito não, escrito.
Acalma a alma é o meu mote pra 2021.
E a escrita que me ajude. Me salve!!!
Darlene Dutra

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